domingo, 31 de outubro de 2010

Castidade, por João Paulo II


A castidade só pode ser pensada em associação com a virtude do amor. Sua função é libertar o amor da atitude utilitarista. Ser casto significa ter uma atitude ‘transparente’ com relação à pessoa do outro sexo – castidade significa só isso.

A castidade é muitas vezes confundida com uma inibição ‘cega’ da sensualidade e dos impulsos físicos, de tal modo que os valores do ‘corpo’ e do sexo são reprimidos para o subconsciente, onde esperam uma oportunidade para explodir. Obviamente essa é uma concepção errada da virtude da castidade, a qual, se praticada somente dessa forma, cria de fato o perigo de tais ‘explosões’. Essa visão errônea da castidade explica a dedução comum de que seria uma virtude puramente negativa. A castidade, segundo essa visão, seria apenas um grande ‘não’. Enquanto que, na verdade, ela é um grande ‘sim’ do qual certos ‘não’ derivam como consequência.
 
A essência da castidade consiste na rapidez em afirmar o valor da pessoa em toda situação, e em alçar ao nível pessoal todas as reações advindas do valor do ‘corpo e do sexo’. Isso requer um esforço espiritual interior especial, pois a afirmação do valor da pessoa só pode ser produto do espírito, mas esse esforço é, acima de tudo, positivo e criativamente ‘vindo de dentro’, e não negativo e destrutivo. Não é uma questão apenas de ‘aniquilar’ sumariamente o valor do ‘corpo e do sexo’ na mente consciente reprimindo suas reações para o subconsciente, mas sim de uma integração sustentável em longo prazo; o valor do ‘corpo e do sexo’ deve se basear e estar implantado no valor da pessoa.

Apenas o homem casto e a mulher casta são capazes de amar verdadeiramente. Pois a castidade libera seu encontro, incluindo seu intercurso conjugal, daquela tendência de usar a outra pessoa.

... a castidade é uma conquista difícil, de longo prazo; deve-se esperar pacientemente para que dê seu fruto, pela ternura amorosa que deve trazer. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a felicidade.

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Papa João Paulo II, no livro “Amor e Responsabilidade”

5 comentários:

Anne disse...

Porém, nem todos entendem dessa forma não é? ;)

Adeline disse...

Sábio o papa João Paulo II...

Eu procuro viver um casamento santo, posso garantir que é a melhor coisa que pode acontecer.
Como somos feitos de carne e osso e somos pessoas brutas, que não sabem amar... nada como ver o outro como algo precioso e ver outras formas de ser feliz que não vêm do sexo... porque nem sempre o sexo é possível (por doença, por motivos da mulher, por motivos do homem, são vários, podem acreditar...)...e se os relacionamentos forem baseados no sexo, infelizmente, como é uma estrutura extremamente fraca, não vai pra frente...

Que bom que vcs enxergam isso hoje!
Espero que enxerguem sempre sempre!

Bjosss

Fê Sobrinho Alves disse...

que mensagem linda flor.
Papa João Paulo II era um missinário muito sábio!!

Grande bjo.
Deus te abençoe.

Gabi disse...

Lindo demais! Sábio e precioso!
O comentário da Ade foi muito sábio tb!

Ana Luísa disse...

Oi casal,
Muito bem lembradas as palavras de nosso amado Papa. E, nesse sentido, recomendo este livro, se já não tiverem lido ou conhecido: Amor e Casamento, de Cormac Burke - Editora Quadrante (www.quadrante.com.br). Indico fortemente, porque estamos totalmente mergulhados na espiritualidade que envolve a preparação para o matrimônio e vocês, assim como vocês!
A paz!