sábado, 29 de outubro de 2011

O milagre de amar

Sempre que paro para escrever um pouco em nosso blog, passa um filme em minha cabeça da história que Bru e eu vivemos até aqui. Lembro-me das vezes que achamos que seria impossível; lembro de cada lágrima de medo, desespero ou dúvida  que escorreu em nosso rosto.

Hoje, posso dizer para vocês, queridos leitores, que apesar das dificuldades que vivemos, de uma coisa eu tenho certeza absoluta: Deus nunca se esqueceu do Jorge e da Bruna. Estamos às portas de completar 4 anos juntos, e não foram poucas as vezes que tudo pareceu escuro e impossível. Temos um grande defeito: somos muito sonhadores. Sonhamos desesperadamente, e chegamos até aqui movidos por nossos sonhos. Talvez sejamos bobos por defender valores antiquados, ou sejamos taxados de muitas coisas por acreditarmos no que muita gente não acredita mais. Não importa. Nosso coração responde com um generoso SIM a tudo em que depositamos a nossa fé.

Muita gente acompanhou conosco um dos maiores milagres que vivemos este ano: nossa casa. O que parecia impossível, aconteceu. A Virgem Maria nos concedeu um lar para começarmos nossa família, a partir de abril. E pouco a pouco nossa casinha já começa ganhar seus últimos acabamentos, ficando aconchegante e acolhedora.

Mas a vida sempre nos ensinou que aquilo que conquistamos com sacrifício, luta e suor, tem muitíssimo mais valor. Se tivéssemos ganhado de presente nossas maiores conquistas, podem ter certeza de que não estaríamos tão agradecidos à Deus. Porque sim, temos muitos defeitos, feridas a serem curadas, como todos. Mas de uma coisa jamais poderemos deixar de acreditar: que Ele é poderoso. Que Ele diz e faz.

Em agosto vivemos a Jornada Mundial da Juventude. Foi outro verdadeiro milagre em nossas vidas. Humanamente, impossível. Por todos os fatores que sabemos bem quais são (custo, trabalho, etc). Ganhamos este verdadeiro presente da Igreja e estivemos junto ao Santo Padre, para dizer Sim! Dizer que queremos continuar sonhando, acreditando e tendo fé em Deus e na vida.

 
Estamos pertinho de nosso casamento, o momento máximo pelo qual esperamos ao longo destes quatro anos. Foram anos de conhecimento, discussões, perdão, abraços... Foram tempos de cada um olhar para o outro, e ver que a união de duas pessoas tão diferentes é outro verdadeiro milagre. Como aprendemos no Convento das Carmelitas em Santiago de Compostela: o casamento é uma maravilhosa forma de enclausurar-se por amor. Até o fim, até que a morte nos separe.

Queria terminar esta postagem de hoje agradecendo a todos vocês. Sabemos que muitos passam por aqui todos os dias, pessoas que nem fazemos ideia que nos visitam. Mas se você passou por aqui, é porque de alguma forma você entende do que estamos falando, ou está em busca de compreender...

domingo, 16 de outubro de 2011

A vida

"A vida é assim: às vezes ela morde, às vezes assopra. 
Quando ela morde tudo fica mais difícil, 
aí acontece uns desencontros e os amores se rompem, 
e aí vem o sopro da vida que é aquela brisa boa, de paz, 
e tudo da certo, não é mesmo?! 
O importante é viver tudo, o difícil e o fácil da vida. 
O simples a gente aproveita e o que for complicado a gente resolve. 
É muito bom viver e fica melhor ainda se a gente tem um grande AMOR."


(do último capítulo de "Morde e Assopra")


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quanto custa e quanto vale um casamento?

um post do blog do casal Ana Luisa e Marcelo, escrito brilhantemente por ela.

No aspecto financeiro, custa muito, sobretudo nesta cidade hiperinflacionada. É preciso ter os pés nos chão e discernimento para saber julgar racionalmente o que é fundamental para uma boa festa e o que é vaidade (digo isso porque toda noiva é, cada uma ao seu modo, influenciada pela ideia de ter de fazer algo diferente em seu casamento).

No aspecto afetivo, custa uma vida inteira. Custa muita dor de cabeça, muito choro, muito esforço, muito calar e pouco falar. Custa abrir mão da sua individualidade e das suas vontades próprias. Custa ter paciência para não sair falando o que vier a cabeça, sempre tentando manter o respeito um pelo outro. Custa pedir perdão, reconhecer suas próprias falhas e, como diz uma amiga de mamãe, “entre ter razão na argumentação e ser feliz, eu fico com a segunda opção”.

E como será este custar daqui a 10, 15, 20 anos? Como conciliar um casamento duradouro com a ideia do “não precisa mudar, vou me adaptar”, como a da música de Saulo Fernandes? (Quem me conhece sabe que está sendo um desafio usar como exemplo aqui uma música baiana...). Será que não vai custar muito ter de aguentar as manias e os defeitos do Marcelo? Será que ele não vai se cansar de mim?

Haverá, sem dúvidas, momentos do relacionamento que estes defeitos estarão mais salientes e evidentes que as qualidades, que meu coração estará mais propenso a ficar fechado e eu sentir vontade de largar tudo e morar sozinha, longe de tudo e de todos.

Então, qual é o caminho para fazer valer a pena todo este custo? Qual é o tipo de vida que nós precisaremos levar para aguentar com serenidade todas as adversidades e desafios que virão pela frente?

Uma vida de voltada ao sobrenatural. Isso porque esse espírito de caridade que será necessário para nos mantermos firmes neste casamento não estará nos nossos amigos, nos nossos pais, nesta vida terrena, nos nossos futuros filhos. Não serão eles os responsáveis por nos mantermos unidos e firmes. Esta capacidade que precisaremos ter, de suportar um ao outro na caridade, não virá do nada em nossas vidas. Ela é fruto dos pedidos que fizermos a Deus. Ela será fruto da nossa entrega e da nossa confiança em Deus. Só Ele quem nos dará as graças necessárias para vivermos em paz um com o outro e com os demais ao nosso redor.

Tudo que vale a pena custa caro. E porque um casamento custa muito caro, vale uma vida inteira. Vale muita cumplicidade, aprendizados e muito crescimento. Vale muitas risadas, muita confiança e muito amor. E, acima disso tudo, vale toda esta busca a Deus, Quem nos proverá tudo que necessitaremos em nossa caminhada e, de forma especial, nos dará capacidade para nos amarmos verdadeiramente.

 “Ora bem, o casamento capacita para amar de uma maneira real e efetiva. A nossa cultura não acaba de entender o matrimônio: contempla-o como uma simples cerimônia, um contrato, um compromisso... Tudo isso é, sem chegar a ser falso, demasiado pobre. Na sua essência mais íntima, o ato de casar-se constitui uma expressão delicada de liberdade e de amor.
sim é um ato profundíssimo, inigualável, mediante o qual duas pessoas se entregam plenamente e decidem amar-se mutuamente por toda a vida. É amor de amores: amor sublime que me permite “amar bem”, como diziam os nossos clássicos: fortalece a minha vontade e habilita-a para amar em outro nível; situa o amor recíproco numa esfera mais elevada. Por isso, se não me casar, se excluir esse ato de amor total, ficarei impossibilitado de amar de verdade o meu cônjuge, tal como alguém que não treina ou não aprende uma língua se torna incapaz de falá-la.” (Tomás Melendo Granados).

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Simples

É queridos amigos, chegamos ao fim de uma semana. Como gostamos de dizer: uma semana a menos para o nosso casamento. O espírito continua aceso e esperando ansioso pelo 21 de abril que cada vez mais se aproxima, marcando definitivamente um chamado que confirmamos dia após dia para viver este sacramento.

Hoje, gostaria de terminar a semana escrevendo um pouco sobre uma característica nossa que com o tempo fomos descobrindo e cultivando: a simplicidade. Sim, somos simples e nos descobrimos assim não por falsa humildade ou coisa do tipo, mas porque temos percebido que as vezes, mais vale buscar a quietude do que preenche, do que a grandeza do que ostenta.

Como todo casal de noivos, imaginamos tudo muito bonito e temos nossas visões de casamento, cerimônia, recepção. Mas como já dissemos, em cada detalhe do que temos pensado, nossos convidados verão a essência da qual somos feitos, e que nos uniu.

A Bru e Eu temos muitas coisas diferentes, mas também muitas coisas parecidas. E a simplicidade é uma delas. Não somos ricos, nem nada. E cá entre nós, talvez isso ajudasse num primeiro momento. Mas acima de qualquer coisa, a riqueza que queremos vai além de dinheiro...

Quem dera sermos um casal perfeito. Não somos não. Só acreditamos em céu, gostamos de olhar a Lua e imaginar que dá pra sentar na pontinha quando ela tá magrinha... Gostamos de brincar e ser crianças... Ser pequenos e nos darmos colo... Gostamos da vida simples, tal como ela é desde o nascimento!

Além do que, hoje é nosso dia 7. Um número tão simples (magro, desajeitado, meio torno e com chapéu.) É nesse dia que O Cara lá quis juntar duas pessoas. Pessoas simples eu diria.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Leitores, convidados, padrinhos... Detalhes importantíssimos!

Uma das coisas que temos colocado na ponta das preocupações é o cuidado com os pequenos detalhes e significados. Isso não é regra, e na verdade, a principal regra que direciona nossos preparativos é nosso coração e toda e qualquer forma que possa demonstrar que cada convidado em nosso casamento é realmente importante.

A nossa história de amor faz com que isso seja realmente importante. Tivemos muitas pedras em nosso caminho, e por um tropeço qualquer poderíamos ter dado ouvido ao que as pessoas diziam e nem estaríamos casando. Porque tivemos todos contra nós, a certa altura. E hoje, para muitos que nos vêem juntos, talvez seja fácil dizer ou desdizer a nosso respeito.

São quase 4 anos de luta, esperança, lágrimas, e muitos, muitos sorrisos. Ainda temos espinhos... Mas qual rosa, por mais bonita que seja, não a tem?

E isso nos faz ter vontade de pensar em escolher bem nossos padrinhos, por exemplo. Poderíamos escolher dois, um só, ou 250. Escolhemos o número exato, de pessoas que realmente tem significado e importância para nós. Pessoas que sabemos que irão rezar, torcer, que irão nos puxar a orelha se preciso for. Pessoas que nos amam. A nós, não importa se todas nos darão presentes caros ou se são pessoas legais e divertidas. Importa-nos seu espírito, seu testemunho. Sua luz.

Cada convidado da lista tem alguma relação/importância na história da Bruna e do Jorge. São pessoas que não estarão lá por mero capricho do destino, ou ainda, por conveniência/parentesco. O que nos liga a essas pessoas é um amor maior, que ultrapassa o limite da consanguinidade, é o amor que Deus tem por seus filhos, que nos coloca em pé de igualdade. Quantos parentes temos, que nem nos são capazes de dizer um bom dia? E faria algum sentido tê-los conosco, apenas por parentesco ou qualquer afetividade sem sentido?

O essencial é invisível aos olhos, e em nossa história, foi importante cada contribuição, cada gesto que nos sinalizou um "vai em frente". Ainda que não dito em palavras. Por isso, iremos de mesa em mesa, no dia de nosso casamento, agradecendo, abraçando, demonstrando o valor que cada pessoa tem para nós. Porque sozinhos não seremos família. Precisamos de todos para sermos uma família de acordo com a vontade de Deus.

Precisamos de pessoas que entendam e apoiem nosso desejo de colocar em prática cada palavra do rito do matrimônio. Que nos ajudem com suas orações e palavras, ou simplesmente com seus sorrisos e abraços.

Precisamos de todos. Precisamos de cada um de vocês.

Precisamos de nossos leitores, que por mais que não estejam presentes ao nosso casamento, compartilham conosco esta história. E que vão ficar aqui com a gente até o dia em que um novo capítulo começar...