quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Uma aventura juntos: relatos de uma noiva peregrina


Eu poderia dizer que foi perfeito... mas seria pouco! A experiência da Jornada Mundial da Juventude foi indescritível, única, emocionante. Eu jamais imaginei que seria possível viver algo assim. Conhecemos pessoas maravilhosas e lugares encantadores.

A cultura, as construções, a natureza, a comida típica, o idioma... cada diferença fazia tudo parecer ainda mais mágico. Deus estava presente em cada segundo dessa peregrinação, em cada centímetro viajado e não se cansava de nos dar sinais do seu infinito amor.

Fazia calor na terra européia, um calor absurdo que por vezes tirava nossas forças físicas. Era como se andássemos por um deserto enorme, sem expectativas de encontrar uma sombra. Nem sempre a comida era do jeito que imaginávamos ou do nosso gosto; as vezes foi preciso deixar o estômago esperando um pouco. Não foram todas as noites que a cama era macia nem todos os dias a água do chuveiro era quentinha (apesar do calor, banho com água gelada não é uma boa pedida... cof cof).

O deslocamento de uma cidade para outra, de um lugar para o outro, nem sempre foi no comodismo de um ônibus com ar condicionado (salver Arturo!) e locomover-se em metrôs e trens lotados não é algo que nos agrada muito. Por fim, posso dizer que em 15 dias de convívio, nem todo mundo é legal, querido e paciente o bastante para suportar os defeitos dos outros, de forma que não foram poucas as vezes que a vontade de mandar todo mundo pra... conchinchina ... veio à tona. E, assim, a saudade de casa (e das terras brasileiras!) e das pessoas que deixamos aqui (também do Catatau!) aumentava infinitamente e estar “longe de casa, há mais de uma semana, milhas e milhas distante...” era um desafio cada vez maior.

Falando assim, quem sabe pareça que teria todas as razões pra reclamar e dizer que não foi bom. Pelo contrário: por essas razões todas (e mais outras tantas!!!) posso garantir que tive a melhor peregrinação, pois o Senhor preservou meu coração e preparou nele o espaço suficiente para que pudesse receber seu verdadeiro Amor. Tenho certeza de que todo sofrimento foi prenúncio de uma verdadeira chuva de graças e, literalmente, como disse o amado Bento XVI: "El Señor con la lluvia os manda muchas bendiciones". 

Eu recebi o carinho de pessoas que nunca vi na minha vida – e talvez nunca mais veja – e me senti amada por aqueles que não me conhecem e não precisam me conhecer pra estarem comigo. Eu estive em lugares santos, abençoados e cheios de sentido, que me fizeram ter certeza de quanto a história da humanidade é perfeita, de quanto é bom ter um Deus que salvou a humanidade inteira. Eu conversei com pessoas de diversos países, sem nem falar o idioma delas e entendi o que elas me diziam, porque o Espírito Santo soprava as palavras certas e nos garantia uma linguagem em comum.

Eu ouvi palavras de vida, eu redescobri o sentido da minha história e confirmei o chamado que recebo de Deus ao matrimônio. Eu me senti abraçada por Bento XVI, com quem vivi a aventura mais linda da minha vida e fui chamada de “amiga” por ele que é a presença de Cristo aqui na terra. Foi da boca dele que eu ouvi que sou importante pra Deus, que sou importante pra Igreja e me dei conta do quanto é maravilhoso fazer parte dessa Igreja que precisa de mim e me acolhe do jeito que sou, uma Igreja que me convida a não me conformar com “nada menos que Cristo”.

Posso dizer hoje que a experiência que vivi nessa JMJ jamais vai ser esquecida. É sangue novo injetado em minhas veias; é mais que sonho, é vida e toda vez que olhar pra cruz que recebi das mãos de nosso Papa, lembrarei do que Ele disse, naquela noite de tempestade:

“Pedi ao Senhor que vos ajude a descobrir a vossa vocação na vida e na Igreja, e a perseverar nela com alegria e fidelidade, sabendo que Ele nunca vos abandona nem atraiçoa! Ele está conosco até ao fim do mundo”

                                   Bento XVI

2 comentários:

Jorge disse...

Em cada linha, em cada palavra... Uma lágrima escorreu do meu olho ao lembrar de cada coisa vivida, e olha que nem tudo cabe em uma postagem! Sabe, essa peregrinação me fez descobrir uma coisa: quando deixamos Deus nos levar, vamos longe! E se estamos muito perto e presos... É porque não deixamos Deus agir ainda! Fomos longe meu amor! Temos ido cada vez mais longe, onde nem sequer imaginávamos! Bendito seja Bento XVI, o Papa da nossa geração, da nossa juventude! Bendito seja Deus inspirador e mantenedor da nossa Igreja, da nossa vida, da nossa vocação, do nosso amor!

Gabi disse...

Fiquei emocionada com esse post!
Consegui sentir um pouco do que vocês sentiram na perigrinação porque, como você disse antes fazendo referência a outra ocasião: o Espírito Santo soprou as palavras certas pra você escrever nesse post!
Amo você e estou MUITO FELIZ por sentir a SUA FELICIDADE!!!
Beijinhos e mais beijinhosss